segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Quando se olha, e não se enxerga...

... a Dor é maior.

Esse refrão da música "Na chuva ao fim da tarde", de Rosa de Saron não podia ser mais verdadeiro.
Descobri uma preciosidade hoje, ouvindo essa banda e vi que a música como um todo descreve bem minha atual relação com a Religião/Fé de um modo geral.


Achei que tinha em mãos
Respostas pra me consolar
Me escondi assim
Num relicário sem chave
Que se perdeu de mim
Na chuva ao fim da tarde...


Você passou por mim
E eu tentei me agarrar
No que eu podia ver
Mas eu não via nada 


E triste sem saber
Eu tinha tudo e nada
Pois eu não vi você
Comigo nessa estrada.

A dor é maior, 
Quando se olha, e não se enxerga.

Ainda sobre religião (deu vontade de falar desse assunto que anda me inquietando), deixo um trecho de uma conversa entre Padre Fábio e Padre Joãozinho, é interessante, visto que desmonta uns mitos e aponta o que de bom fez a igreja, além de refletir sobre a construção da fé e sobre ateísmo. Isso também me lembrou este artigo, que mostra que da mesma forma que a instituição da antiga Igreja errou - aliada ao Estado -, também foi igualmente vítima de assassínios em massa.
Aliás, sempre achei bem fraco o argumento da Igreja ter errado na Inquisição, não que matar pessoas seja algo "fraco", mas alguém julga os alemães até hoje pelo holocausto da II Guerra? Outros tempos, outras pessoas, outras escolhas e novos erros. Interessante como isso às vezes parece não valer pra algo de séculos atrás... "Nenhum sistema de crenças é tão rejeitado pelo mundo moderno quanto o cristianismo puro e simples, e uma das melhores formas de rejeitar a fé é associá-la com o que há de pior no homem." (fonte)

Outros ponto interessante nesse vídeo é que eles mencionam Padres sem fé, o que também me lembra outro argumento que alguns usam pra criticar a Igreja (que pra mim, enquanto concepção é perfeita e válida), o argumento dos padres que erram (seja como for). Bom, pra mim eles são humanos (como você, leitor, e eu), e se uma maçã está podre não é toda a maçã do mundo que está fadada à podridão.





Gosto mais de quando o Pe. Fábio fala, fato! Acho que é o jeito "leve" e descontraído, além de ao mesmo tempo meigo e sério de defender uma tese sem pisar na antítese.
Outro ponto que me chamou a atenção desse vídeo foi a idéia de que "quando o conhecimento se alarga, a fé tem que ser renovada", e acredito que acabe por ser fortificada, afinal, passou por inquietações, deslocamentos e provações. Isso me lembra aqueles casos de cientistas-gênios que acabam se deparando com os mistérios sem solução e com a perfeição do que estudam, se deparando com o difícil momento em que o abismo entre ciência e fé se esvai. Imagino que seja esse o sentido de quando a Emma diz que "pouco conhecimento afasta de Deus, e muito conhecimento aproxima".
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Carmelengo: "Acredita em Deus, professor Robert?"
Robert Langdon, após breve pausa, titubeante: "A fé é um dom com a qual eu não fui agraciado."


Acredito nessa citação. Pelo menos fez muito sentido pra mim por um longo tempo. E ainda faz, de certa forma.
Claro, alguns dons talvez podem ser descobertos ou conquistados, vai saber...
Eu e minhas inquietações de Agnosticismo disfarçado de  Teísmo. Ou Teísmo disfarçado de Agnosticismo?


Lizzie.
09/Agosto de 2011 ~ 00:34h.

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